domingo, 22 de maio de 2011

Beijo

Me disseram que era preciso se apaixonar, então eu me entreguei...

Eu queria saber o segredo de acordar feliz e cantar pro mundo, perguntei. A resposta veio, tempos depois, num beijo arrebatador.
Eu estava lá, sempre lá, mas não sabia porque. Foi preciso um dia nublado e sua face triste me dizendo que havia acabado para que eu pudesse entender. O desespero tomou conta de mim; ela não estava mais lá, eu, sim. Não poderia mais negar pra mim mesma, muito menos pra você.
Me afastar seria a coisa certa, e eu pensei, e eu tentei, mas você me impediu sem saber. Seu sorriso, seus olhos, seu viver. Você estava perdendo aquilo e eu queria você feliz...
Continuei por perto, tentei não demonstrar, fingi. Tentava decifrar sinais de que eu era correspondida, mas sua espontaneidade me confundia. 
Domingo, um temporal, o medo de você não aparecer, um guarda-chuva - pretexto para um abraço.
Surto. Horas, milhares delas.
Eu havia decidido não tentar, algo que - definitivamente- não era do meu feitio.
Te olhar nos olhos se tornou tortura, não me importava de sofrer, pois dessa vez eu sofreria sem expressões de dor.
Foi então que percebi seu olhar distante, o suor das suas mãos, a necessidade de estar sozinho.
Suas palavras foram: "eu preciso pensar, tomar algumas decisões. Não quero fazer nada que me arrependa depois"
Medo. Coisas demais para fantasiar. Tudo, menos isso.
Uma quarta feira, a raridade de estarmos sós,  uma conversa sobre amores, um banco, uma mão fria, um coração batendo acelerado: o beijo.
Eu queria saber o segredo de acordar feliz e cantar pro mundo, perguntei. A resposta veio, naquele momento, num beijo arrebatador.


Um comentário:

  1. É estranho,uma pessoa contar um episódio de forma poética,enquanto outra conta o mesmo episódio de uma forma ... menos bonita.

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