quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Rhanna

Hoje quero ser vários,
Em si e em ti,
Brindar à vida, sóbrio,
como pouco ainda vivi.

Do amor quero ser sócio,
Cobrir sem cobertor,
Redescobrir o descoberto,
Cheirar minha linda flor.

Em ti sempre estarei.
Minha linda flor, quero cheirar.
Nunca pra alguém te neguei,
Prometo, você vai gostar.

Quem acredita sempre alcança.
Se duvida, prove então.
É só voltar a ser criança
Pra ligar o coração.

Só contigo assossego,
Não quero ver-lhe partir.
Repito: nunca te nego.
E agora, não vou dormir.

Em ti sempre estarei,
Se feliz assim for.
Quem sabe lhe conquistei,
Quero cheirar minha linda flor.

Danilo Neiges

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Princesa Real


Pra quê acreditar em contos de fadas?
Aqueles em que os sapos viram príncipes e cisnes são princesas?
Pra quê se prender a tal fantasia?
Ela não!
Ela sonha com um garoto normal, que use chinelos e não se importe em jogar futebol na chuva, que a abrace nos filmes de terror e sorria quando ela bagunça seus cabelos, que não se importe em fazer trabalho de física num sábado a noite, que ligue apenas para dizer “oi”!
Ela quer um garoto real, afinal, ela é uma princesa real.

Texto: Rhanna Ramos
Revisão: Lene Fernandes

Sonho


“Ela acorda cedo da manhã, faz um rabo de cavalo, coloca seu jeans, regata e seu tênis favorito. Pega o livro preferido, a mochila, o violão e sai.
É deslumbrante o charme que ela esbanja, a felicidade que expele. Seu sorriso ilumina a rua. Impossível não reparar nela.
A cada passo sua vida toma um rumo diferente, a cada nota tocada ela sente que o futuro está próximo.
Quando ela está lá em cima, com todos gritando seu nome, não há dúvidas, é isso que ela quer.
Quando ela desce do palco, vê sorrisos e choros de alegria, todos a cumprimentam. Eles a admiram, assim como ela é. Cheia de manias, repleta de felicidade...
Deitada na cama ela agradece, pois ela sabe: daqui pra frente, ela vai fazer história!”

Texto: Rhanna Ramos
Revisão:Lene Fernandes

Às Quintas Feiras

Nós tínhamos acabado de voltar das férias de julho. Era uma quarta-feira e eu fui a única da minha galera a ir assistir às aulas.
Enquanto eu olhava a lista dos novatos, alguém tampou meus olhos com as mãos e me fez adivinhar quem era. Eu sou péssima com essas coisas, e além disso a escola era enorme, poderia ser qualquer um querendo curtir com a minha cara. Depois de algumas tentativas, ele desistiu.
- Caramba, nem um mês de férias e você já esqueceu de mim?!
Sim, era ele, o cara que passava na porta da minha sala toda quinta feira. Ele, com seus 1,85 m de altura, ombros largos, uma pele “cor de canela”, seus olhos misteriosos e sua boca – ah, a sua boca era o verdadeiro caminho para a perdição.
Durante um mês eu o vi fazer o mesmo caminho para o auditório (que ficava ao lado da minha sala). Descobrir seu nome foi a missão mais fácil. Enquanto ele olhava sites na biblioteca da escola, a carteirinha ficava sobre a mesa. Foi moleza!
E o melhor: fazíamos o mesmo curso. Sim, ele estava no 1º semestre e eu no 2º semestre.
Como nos conhecemos?
Numa noite comum, eu e minha amiga estávamos correndo para o ponto de ônibus (como fazíamos sempre), quando encontramos ele e um amigo no caminho.
- Vocês vão correr, mas nós vamos chegar antes!
- Como vocês sabem para onde vamos?
- Fácil, nós pegamos o mesmo ônibus!
Simples assim. A partir desse dia, as coisas aconteceram em uma sequência e ritmo inexistentes. Apesar de nossas salas serem distantes, nos encontrávamos nos corredores constantemente, tínhamos assuntos a tratar com professores que estavam na sala do outro, nos víamos com mais frequência no pátio...
Mas como sempre, eu tinha uma rival. Não, rival não. Nós só não nos gostávamos – de jeito nenhum. Para ser sincera, ela não me atrapalhou de maneira nenhuma. O ciúme que ela tinha dele comigo só me fazia rir ainda mais.
Quatro meses e eu já sabia que nós éramos opostos. Noventa por cento das vezes discordávamos dos pontos de vista um do outro, mas nem assim nos afastávamos.
Nossa única semelhança era o time para qual torcíamos. Provavelmente era isso que eu queria. Ver o lado dele, viver no mundo em que ele vivia, ser transportada para um planeta mágico, onde fossemos só eu e ele.
Nas férias, conversávamos somente por e-mail, eram férias comuns, passeios comuns, pessoas comuns. E então nós estávamos lá, no meio do pátio, sozinhos. Ele me olhando com o sorriso mais lindo de toda a minha existência estampado em seu rosto e eu com cara de “fiz merda”.
- Ah! Oi! Como passou as férias? Fomos para a sala com 30 minutos de atraso.
Enquanto caminhávamos para a minha sala, eu não sei bem o que aconteceu naquele momento. Acho que tive algum tipo de reação instantânea pelo fato de que íamos nos separar logo mais, e mandei:
- Amanhã vai ter campeonato de futebol naquela lan house que o pessoal frequenta, está a fim? Ele me olhou assustado, mas depois deu um sorriso de lado. -
- Ah, eu não sei. O que você acha?
- O semestre passado eu fui, foi de Guitar Hero. Foi muito bom...
- Está combinado, então. Amanhã a noite é nossa!
Ok, eu confesso, entrei em pânico, quase tive um infarto. Eu tinha mesmo feito aquilo? E ele tinha realmente aceitado? Eu devia estar tendo alucinações...
Na noite seguinte, quando deveríamos estar na escola, nos encontramos em frente a lan house. Ela estava toda decorada, parecia um museu de futebol.
Aqui e ali víamos torcedores de times de todo o mundo, era tanta gente falando ao mesmo tempo que não conseguíamos nos ouvir. Escolhemos um dos quiosques para sentar e assistir. Ficamos horas torcendo e vibrando.
Estava sendo perfeito, nós discutíamos os gols, os chutes errados... Nosso time tinha chegado a final, e faltava um minuto para acabar o jogo quando o juiz marcou pênalti. Sim, penalidade máxima a favor do nosso time.
Tudo aconteceu de repente. O bonequinho se afastou, chutou e...
- GOOOOOOOOL.... Quando eu dei por mim, nós estávamos rodando, ele me abraçou, chegou mais perto e foi aí, no exato momento em que nossos lábios se tocaram, que eu fui para um outro mundo...O mundo dos sonhos...


Texto: Rhanna Ramos
Revisão:Lene Fernandes

terça-feira, 17 de novembro de 2009

A dor da perda

Há muitas maneiras de perder alguém.
Podemos perder um avô ou uma avó de causa natural, um tio por alguma doença grave, um primo em um acidente, um irmão vítima de bala perdida. Mesmo com situações fatais tão diversas, a dor da perda é impactual, intensa.
Quando alguém que amamos nos deixa de forma repentina, ou não, este fato nos acompanha durante todo o curso de nossas vidas. É um sentimento que pode causar traumas, demorar dias, meses e até anos para amenizar, e assim conseguirmos aceitar o fato.
Já quando perdemos um namorado, ou o amor de nossas vidas, é uma dor alarmante, uma dor que sufoca, mas que depois passa. Esse tipo de dor se esvai quando nos damos conta de que amar desta maneira corroe e desgasta, algo que pode transformar o amor em ódio.
Não se preocupe, o ser humano é capaz tanto de amar a vida inteira quanto de ter vários amores durante a vida.
Mas e quando perdemos alguém com a qual não temos laços sanguíneos, mas amamos tanto, como se fosse seu amor eterno? Uma perda gradual e, às vezes, turbulenta. Alguém que está com você desde que você se entende por gente, que sabe seus segredos, seus maiores medos, os sonhos mais profundos, os desejos mais intensos. Uma pessoa que está ali mesmo quando você está de TPM, ou não para de falar a mesma coisa o tempo inteiro? Vocês, que já não têm as mesmas opiniões, que já não gostam das mesmas músicas, que não entendem o bem querer por ambos... Como suportar a dor de seguir um caminho diferente do seu amigo? Aquele que se transformou em algo tão obscuro, que nem você consegue tirá-lo das sombras?

Texto: Rhanna Ramos
Revisão: LeneFernandes