sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

gradativamente o mal

…e então, a luz do abajur foi subitamente desligada. Procurei pela luz do relógio digital, mas, aparentemente toda energia elétrica havia sido interrompida. Olhei então em meu celular: 03:03. Eu deveria estar dormindo, na manhã seguinte havia uma apresentação importante do trabalho de conclusão de curso…Pensamentos vagam em minha mente. O vento começa a soprar de leve, e atravessa a fina tela da janela de meu quarto, provocando movimentos ondulatórios nas barras do lençol. Sento-me na cama e fico a observar o pedaço de céu visível da minha janela. Apenas a Lua aparece. Começo a achar lindo os movimentos das nuvens negras ao redor da Lua; algo tão sutil. O frio percorre minha espinha. Fecho os olhos. Porque comigo? Não havia necessidade de tanta dor, afinal, eu sempre me esforcei para ser o meu melhor… Está certo que de uns tempos para cá, tenho me corrompido. Mas, espere, eu consigo justificar-me. Corrompo-me apenas psicologicamente! Ainda não me corrompi moralmente…Ainda? Bom, quis dizer, talvez eu não me corrompa! Ah, talvez eu deva aceitar o fato de sempre haver uma possibilidade… Veja, eu estudo, respeito meus pais, pretendo ter um futuro… Futuro… Não uso drogas, nunca trai ninguém, tento ser amigo, desejo a morte… Morte. Essa palavra as vezes salta em meus pensamentos, como um grilo para perto da folhagem. Será que me acolho na escuridão da mão-gelada? Bobagem! É madrugada, o sono está me fazendo ter esses pensamentos desconexos. Medo. Um arrepio percorre minha alma.Não posso me matar, tenho tanto há fazer… Mas, seria interessante, matar…Alguém…Alguns… Quem sabe? A adrenalina percorrendo o sangue o veneno caindo o cinismo surgindo a frieza agindo a tortura dor frio morte. Algumas pessoas não mereciam viver. Elas apenas destroem os sonhos alheios… Destroem os meus sonhos, meus… Raiva. Um calor intenso percorre todo meu corpo.Está definido. Devem morre, ELE deve morrer. Vai ser algo tão bom, poderei rir sozinho pelo resto da vida, será como em um filme, mas sem a parte em que me descobrem… Irei substituir a faca do teatro! Lógico! Como não havia pensado nisso? Ele faz teatro e se mata na peça… Se eu trocar a faca que encolhe por uma normal, não precisarei sujar minhas mãos no asqueroso sangue dele. Mas, terei de tomar cuidado com álibis e digitais… Está decidido, ele morrerá na frente de todos. Eu serei o grande artista da noite. Fingirei espanto, dor, tristeza… Deviam me ovacionar por isso. Deviam. Mas, espere… Eu… Eu… Não tenho roupa para o velório! Terei de providenciar isso, sim. Eu acho que depois disso, ninguém, jamais, irá… Merda. Quem iria me mandar SMS essa hora?“Meu amor por você é incomensurável. Te amo meu bebê”Mas, que porra é essa? Eu não… Eu, matar, ódio, raiva, dor, vomite, amor, amor, raiva, ódio, vingança, amor, amor, amor, amor, amor…!Que nunca mais os mantos da escuridão me absorva, Senhor. Que pesadelo em vida, foi. Sono.

2 comentários:

  1. aah , fiquei com um pouco de medo , matar alguem ,acho que por mais que a pessoa seja má ela merece a morte ..
    que legal vc conhecer outro blog do zé , só conhecia ele pelo te pego as 7 ..
    beijo :*
    ps : obg pelo elogio ao blog , tambem adorei aqui *-*

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